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16 de agosto de 2022
Entenda a importância do pré-natal odontológico para a saúde da mãe e do bebê

Um dos momentos mais singulares na vida da futura mamãe e de toda a família, a gravidez requer cuidados com a saúde, um deles, o pré-natal odontológico. Para isso, neste 15 de agosto, Dia da Gestante, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reitera a promoção da saúde bucal por meio da prevenção, tanto para a mulher quanto para o bebê.

O Governo Federal, pelo Ministério da Saúde, instituiu uma Política Nacional de Saúde voltada para a Saúde Bucal das Gestantes, trazendo a necessidade do pré-natal odontológico, passando pela avaliação de um Cirurgião-Dentista. A ausência de cuidados com a saúde bucal da paciente pode provocar um parto prematuro e/ou o nascimento do bebê com baixo peso.

A mulher vive a maternidade de forma intensa, porque há uma transformação total em sua anatomia que, por sua vez, se adapta à uma nova vida – isso sem contar os impactos emocionais gerados para a gestante. Nesse sentido, a mulher também adquire hábitos mais saudáveis durante a gravidez, uma vez que ela passa a ter mais preocupações com a saúde do bebê. De acordo com Luiz Evaristo Volpato, conselheiro do CFO e especialista em Odontopediatria há mais de 20 anos, a gravidez é coberta por uma série de mitos e crenças que vão passando de geração para geração e que não há nenhum embasamento científico.

A exemplo das transformações que ocorrem para a gestante, algumas podem refletir para a saúde bucal da paciente, porém, não é uma regra e, ao contrário do que se acredita, nem sempre serão prejudiciais. “Alterações no tecido gengival, como as inflamações, podem ter uma reação mais exuberante nesse momento em função dessa cascata hormonal que está acontecendo na mulher gestante. Entretanto, se a mulher apresentar um tecido periodontal sadio, ela não terá uma alteração preponderante. Ou seja, a inflamação exacerbada acontece quando já existe uma manifestação clínica periodontal e se torna mais evidente”, pondera Volpato.

O conselheiro do CFO também descartou a ideia da perda de dentes da gestante durante o desenvolvimento do bebê neste período. “Há a crença de que, durante a gestação, acontece a perda do cálcio dos dentes, o que não é verdade. Não há comprovação científica sobre isso”, acrescenta.

De acordo com Flavia Konishi, Odontopediatra Clínica há 42 anos e doutora na área pela UNESP de Araraquara, o primeiro passo – depois da confirmação da gravidez – é procurar um Cirurgião-Dentista para o pré-natal odontológico. “As grávidas são consideradas pacientes com necessidades especiais e o Cirurgião-Dentista precisa conhecer as alterações que ocorrem durante este período, quais os melhores trimestres para atendimento, além de precisar ter conhecimento sobre medicação, cuidados primários à gestante. É preciso, portanto, estar preparado para atender a paciente gestante com total segurança”, afirma ela, que é pioneira em pré-natal odontológico no Brasil.

Em seguida, conforme a especialista, o Cirurgião-Dentista que fará o pré-natal odontológico terá duas abordagens. A primeira, na saúde bucal da mulher, fazendo com que a futura mãe tenha uma microbiota boa (correspondente ao conjunto de bactérias que ficam na cavidade oral), seja por procedimentos de profilaxia até outros dependendo da complexidade. Entretanto, não pode ser invasivo, como por exemplo, as reabilitações orais extensas, como clareamentos, colocação de aparelhos ortodônticos, entre outros. A segunda é quando o Cirurgião-Dentista vai passar as orientações para a gestante com relação ao bebê que está esperando. São muitas as orientações que pode antecipar, desde a cavidade oral do recém-nascido até a amamentação, hábitos alimentares, uso de chupeta e mamadeira.

Confira as possíveis alterações na saúde bucal da mulher na gestação:

1) Alterações na saliva: esse é um achado comum, especialmente uma secreção aumentada que, geralmente, vem das parótidas, que são as glândulas salivares maiores localizadas na face, próximas a região das orelhas;
2) Náuseas e vômitos: a hiperêmese gravídica, na maioria dos casos, é transitória, e são comuns até o terceiro mês de gravidez. Em alguns casos, persiste durante toda a gestação, podendo causar distúrbios intencionais e até metabólicos. Caso a gestante sinta ânsia de vômito durante a escovação dos dentes, recomenda-se a escolha de uma escova menor, de cabeça pequena e tentar outros tipos de creme dental (sempre com fluoretado) e com sabores mais suaves, de forma a minimizar as ânsias.
3) Cáries: as mudanças na composição salivar levam as chances das gestantes terem maior risco de cárie.
4) Alterações periodontais: as alterações hormonais e imunológicas trazem repercussões importantes na gengiva, quando a futura mãe já apresenta o quadro de periodontite antes mesmo da gestação.

Ascom CFO
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